IDOSOS TENDEM A COMPARTILHAR MAIS FAKE NEWS, DIZ ESTUDO

Um estudo conduzido pelas universidades de Princeton e de Nova Iorque, publicado na revista Science Advances em janeiro de 2019, concluiu que internautas com idade superior a 65 anos compartilham sete vezes mais notícias falsas do que aqueles com idade entre 18 e 29 anos. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram o perfil do Facebook de 3,5 mil internautas durante as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. A disparidade foi percebida mesmo entre pessoas de mesma orientação política.

Na visão do professor de Jornalismo no Centro Universitário Internacional Uninter, Alexsandro Ribeiro, a conclusão do estudo pode se dar por, ao menos, dois fatores. "O primeiro é a baixa relação das pessoas de terceira idade com a tecnologia. Já o segundo é de ordem cultural, relacionado ao ambiente virtual”, explica.
Em todas as redes sociais, como Facebook e WhatsApp, existe um ambiente específico, com cultura, fala e comportamentos próprios e diferentes da vida real. O professor explica que o processo de aprendizado desse mundo pode ser demorado, sobretudo para as gerações que não são nativas digitais. Por isso, as pessoas mais velhas estão mais vulneráveis às notícias falsas, a ataques de vírus e a armadilhas cibernéticas envolvendo doação de dinheiro ou contas bancárias.

No caso das notícias falsas, Ribeiro ressalta que elas podem se apresentar sob diversos formatos. “As fake news variam de sátiras, com o objetivo de entreter seu público, até notícias fora de contexto e textos com fatos reais misturados a mentiras, com o objetivo de prejudicar ou desinformar”, ressalta.
Prevenção

Para combater a disseminação de notícias falsas em toda a sociedade, sobretudo na terceira idade, Ribeiro recomenda quatro medidas. A primeira delas é a necessidade de se elaborar dispositivos legais mais duros que responsabilizem quem produz e compartilha fake news.
Já segundo aspecto são atitudes preventivas que o próprio leitor pode tomar. “São procedimentos simples, como verificar se o texto apresenta erros de ortografia e se nomes de lugares e instituições foram grafados corretamente”, explica. Ainda nessa etapa, o leitor pode checar a origem da informação e se foi publicada por outros veículos de comunicação conhecidos, que tenham credibilidade. Se o internauta continua em dúvida sobre a veracidade da informação, Ribeiro aconselha que a notícia não seja compartilhada.

A terceira recomendação, em sua visão, é a retomada da confiabilidade dos meios de comunicação e da mídia pela sociedade de forma geral. "Assim, veículos e jornalistas de credibilidade, que seguem metodologias rigorosas de apuração, ganharão força contra a desinformação", reforça.

Por fim, o professor pontua que é necessário criar uma cultura de leitura crítica das notícias e dos meios de comunicação. Esse hábito deve ser desenvolvido na escola, para que o jovem já se forme sabendo navegar pelas mídias.

“Independentemente da idade, nossas convicções não são réguas para medir se a notícia é verdadeira ou não. Ou seja, a realidade da informação não está no fato de concordarmos com ela ou não”, conclui.

Fonte: itmidia.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANALOGIA ENTRE A NOSSA VIDA E A ÁRVORE

CRIANÇAS LEVAM SOLIDARIEDADE A IDOSOS EM CASAS DE REPOUSO E ASILOS NO DISTRITO FEDERAL

CONFIRA A EMOCIONANTE HISTÓRIA DO CASAL DE IDOSOS QUE MORRERAM JUNTOS NO TITANIC